Abertura

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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Minha História

Sempre fui uma pessoa preocupada com alimentação, meu “hobbie” sempre foi cozinhar. Cozinho desde a infância, quando minha avó paterna começou a me ensinar e depois segui fazendo diversos cursos.
Exercícios e viver ao ar livre foi uma prioridade em minha vida. Pratiquei tênis durante um bom tempo. (Vale ressaltar que nunca joguei bem) Bicicleta e musculação também faziam parte da minha rotina.
Nunca fumei ou bebi, nem mesmo socialmente, pois enxaquecas me acometem após qualquer bebida alcoólica.
Tive dois lindos filhos, os quais amamentei com muito amor! Ser mãe, foi a experiência mais linda que pude ter.
Por sugestão minha, meus filhos cresceram com remédios homeopáticos, pois acho a medicina tradicional muito agressiva.
Sou pessoa de grande fé, Católica por nascimento, me aprofundei nos estudos da Bíblia, ensinei muitas pessoas a se comunicarem com o Pai Abba, através da oração e pratico técnicas de silenciamento e meditação até hoje! Creio mesmo que minha missão neste lindo planeta que é Dele e do qual somos apenas viajantes, ainda não acabou.
Eu estava morando no Canadá, Vancouver desde 2003, quando recebi a carta do Governo para fazer a mamografia; lá é obrigatório, todas as mulheres tem direito a cada 2 anos. Como sempre cuidei muito da minha saúde, pensei: “Vou fazer também outros exames, como o ginecológico e assim fico com tudo em dia”.
Eu estava plena de saúde, àquela época fazia um circuito de exercícios três vezes por semana, com aeróbica e musculação, num “Recreational Centre” perto da minha casa, fazia também caminhadas e subia a Grouse Mountain pelo menos uma vez por mês.
Morava com meu filho naquela encantadora cidade do Canadá, trabalhava na Igreja “Our Lady of Fátima” e como havia trabalhado também como secretária da comunidade brasileira, tinha realmente MUITOS amigas (os).
Posso considerar que sou alguém bem comunicativa!
Enfim, no exame físico, minha médica descobriu um pequeno caroço no meu seio, eu disse “não é nada doutora, vou fazer a mamografia e a você vai ver. Deve ser displasia mamária benigna, já tive uma vez”. Mas ela insistiu que eu deveria fazer também uma ultrasonografia mamária e eu fui, claro! A mamografia não deu nada, mas o ultrasom detectou algo. Era um dia de Outubro em 2008, chovia... e eu saí do exame com medo da biópsia que deveria fazer, como punção no seio. Fui trabalhar na Igreja (como de costume) e me entreguei nas mãos do Pai do céu.
Ainda pensava com otimismo que era exagero fazer biópsia, meu filho me animou disse que nem ia doer, seria no Lions Gate Hospital, perto de casa. Ele telefonou para o pai aqui no Brasil, o pai é médico e também achou que não era nada. Eu fazia minha meditação diária, enviando luz para o meu seio esquerdo, além de enviar para o corpo todo. Contei para alguns amigos mais chegados e pedi preces.
Quando chegou o dia da Secretária da Igrejas, fui à uma Missa, na qual me entreguei ao Senhor, e eu não acreditava que estava com câncer. Eu havia passado 2006/ 2007, me dedicando a agradecer a Deus e ao planeta pela minha vida, e pela vida dos meus familiares e amigos; sou artista plástica, fiz novos Workshops especializados em diferentes técnicas de pintura. Dos Ícones sagrados, às tintas acrílicas. Eu não tinha um perfil de tristeza, apesar de muitas vezes não conseguir dominar a saudade que sentia da minha vida passada, da minha família unida.
A biópsia foi horrível, meu seio nunca mais parou de doer e desejei do fundo do meu coração que aquela fosse a última dor que poderia sentir ali, mas quando a biopsia chegou a médica com muito amor me disse que era câncer.
Eu fiquei atônita! Mas em nenhum momento questionei Deus; me ajoelhei no chão em casa, meu filho estava no trabalho e pedi: “Jesus, estamos todos aqui nesta linda nave chamada terra, apenas para realizar uma missão, que nem mesmo sabemos qual é. Se chegou minha hora de partir, me ajude a Te encontrar com dignidade, mas se for possível me concederes mais uns 20 anos neste planeta que eu gosto tanto, eu ficarei feliz!”.
Não escondi a doença de ninguém (me lembrava do exemplo do Santo Padre João Paulo II), eu nunca consegui sentir o nódulo, era bem pequeno. Comuniquei meu “chefe” na Igreja, o querido Pe. Antonio e avisei que teria que me ausentar. Orações vieram de todos os cantos, da Igreja amada na qual trabalhei por 6 anos; dos grupos Espíritas, meus amigos queridos de Vancouver; do Brasil, do grupo Católico que pertenci e pertenço para sempre. Do grupo de Iconógrafos* do qual faço parte; Eram muitas orações.
Comecei a ler livros sobre o câncer, e o primeiro deles sugeria parar com leite e derivados, pois dão muco ao organismo, parar com doces e farinhas brancas, comecei a emagrecer e achei que não seria bom enfrentar a cirurgia muito magra, relaxei um pouco. Acrescentei muito brócoli e couve-flor na minha dieta, além de vitaminas e suprimentos nutricionais, começou a minha batalha.
Quando fui na consulta com a cirurgiã, ela explicou para o meu filho e para mim que poderia tirar apenas o nódulo, mas eu teria que tomar radiação. Ou fazer a mastectomia e teria direito a cirurgia de reconstrução que teria seu início no mesmo dia da cirurgia. Eu não ia sair sem nada da cirurgia, uma grande amiga, havia perdido a irmã na luta contra o câncer, que voltou por ter sido retirado apenas o nódulo, outra grande amiga tinha sofrido com queimaduras no pulmão, conseqüência da radiação. Meu filho me apoiou na decisão de fazer a mastectomia.
Não foi uma decisão fácil, eu sempre fui muito vaidosa, sempre me cuidando, mas a confirmação veio quando visitei o cirurgião plástico, que estaria na cirurgia para o primeiro implante, junto com a jovem cirurgiã geral. Quando ele me explicou e mostrou fotos de como ficaria, eu quase voltei atrás, e perguntei: “ Dr. Esta é a melhor solução para o meu caso, estou me acovardando”, ele parou, pensou... e aquele ser humano lindo, me respondeu: “Esta resposta, você vai me dar daqui há 20 anos, pois nós vamos salvar a sua vida”. E ali eu acreditei que Deus Pai me concedeu mais 20 anos, apenas eu teria que passar por todo o processo.
Aqui eu gostaria de fazer um comentário. Perdi minha sogra de câncer de seio e foi absolutamente traumático ter aquela experiência mais de 30 anos atrás. Ela era delicada e se foi com apenas 48 anos. Mais tarde perdi uma grande amiga também nesta luta e eu me exercitava físicamente, sempre pensando em evitar o mal. Nenhuma mulher merece receber esta triste notícia...apesar do mundo ter mudado, da ciência estar muito evoluída, e ter armas que ajudam enormemente. Ninguém merece. Cada amiga que passava pelo problema me consumia, era grande a minha dor por elas, por que? Será que eu tive um insight que teria? Com o medo eu atraí a doença? Este capítulo será muito longo para abordar agora.
O apoio da família não teve preço, minha cunhada e sobrinhas, ficaram devastadas, meu filho mais velho telefonou e o mais novo ficou do meu lado o tempo todo. Os amigos se movimentaram, todos queriam ajudar! Eu só podia agradecer!! E agora, para você que está lendo a minha história, saiba que a escrevo com lágrimas, que não sou corajosa, apenas recebi muita ajuda e quero com isto ajudar outras pessoas, para que todos possamos ter longa vida no planeta terra.
A cirurgia foi marcada para o início de Dezembro e tínhamos muita neve em Vancouver. Fomos a pé para o hospital, que é muito perto de casa. A cirurgia foi longa a ponto do meu filho pensar que havia acontecido algo comigo. Mas a demora foi porque a médica não achava as cores do contraste embaixo do meu braço para saber se havia nódulos nas linfas, ela removeu algumas para teste. Eu tinha medo da anestesia, que me faz mal quando precisei tomar por conta de uma cirurgia de amídalas. Mas agora é tudo muito moderno, a gente volta da anestesia assim que termina a cirurgia. Eu ainda não acreditava no que estava acontecendo, mas sorri quando vi que meu filho estava ali perto de mim quando eu voltei. Eu havia sonhado que Nossa Senhora estava do meu lado...e naquela noite rezei meu terço por todas as pessoas que haviam rezado por mim, agradeci a Deus pela vida de cada uma delas. Esta corrente de amor abençoada, fez TODA a diferença. Eu não sabia que era tão querida!
O mais difícil do pós-operatório, foram os drenos, foi muito dolorido, mas eu tomei Arnica Montana (homeopatia) o tempo todo e consegui controlar a dor. Pensava nas dores de Jesus, quem sou eu? Nada.
Apesar de Católica praticante, quero deixar claro que não possuo qualquer preconceito contra qualquer tipo de coisa, seja religião, raça ou cor. Seguimos o Mestre, que não era nada preconceituoso, falava com as mulheres, e veio para todos nós, para nos mostrar como evoluir, claro que nunca vamos conseguir ser como Ele, mas podemos tentar a cada dia melhorar um pouquinho.
Quando veio o resultado do exame das linfas, a boa notícia: Nem radiação, nem quimioterapia, fui abençoada por Deus! Como retribuir?
A próxima cirurgia, que iria reconstruir meu seio esquerdo foi marcada para Abril (eu estava com um extensor- prótese temporária) com isto eu tive te tempo de me recuperar emocionalmente e procurar terapias alternativas. Em Vancouver encontrei um grupo de médicos dedicados a este tipo de terapias, comecei a freqüentar. Fui fazer os cursos de culinária para pessoas com câncer, fui fazer terapia com um psicólogo especializado em Terapia da Liberdade Emocional, fiz Workshop de Shiatsu, nas mãos e pés, para aliviar dores. Aqui teve até algo interessante, fiz o Workshop duas vezes, na segunda uma amiga enfermeira brasileira (formada na USP) agora residente em Vancouver, foi comigo e pudemos aprofundar nossa amizade. Fui para as meditações, queria saber se havia outras técnicas de meditação. Basicamente são iguais, todas a procura do silencio, onde então poderemos nos encontrar com o mais alto.
Eu entrei em licença médica e tinha planos de voltar para o Brasil e poder doar às pessoas o que aprendi no Canadá. Estamos todos juntos aqui, temos responsabilidade uns com os outros, não penso mais em termos de Brasil, Canadá ou Japão (somos cidadãos do mundo), penso em termos de planeta, o planeta também está sofrendo, a comida está envenenada, o solo além de envenenado com agrotóxicos está pobre de nutrientes, tendo que alimentar tanta gente. Será que tem solução? Sou uma sonhadora, uma das minhas musicas prediletas é “Imagine” de John Lennon, a outra é “Aquarela” de Toquinho. Apenas acho que nada descolorirá, se cada um de nós fizer sua parte. Vamos ver as cores em outra dimensão.
Ao chegar ao Brasil, montei uma apostila, a qual dei o nome “O Câncer e a Alimentação", disponível para download no site, e comecei a dar palestras, a primeira foi na “minha” Paróquia, Igreja Sagrada Família. Tínhamos umas 50 pessoas e todas interessadas em saúde física e saúde do planeta, foi muito enriquecedor. Voltei ao Canadá para refazer meus exames e estou curada (até agora) e pelos meus cálculos, devo ter pelo menos mais 20 anos para seguir com a minha missão de ajudar pessoas e o planeta que eu tanto amo!
Se você teve paciência de ler a minha história e quiser compartilhar comigo a sua, estarei aqui para escutar e quem sabe poderemos nos ajudar?



Obrigada,



Ana Maria.

2 comentários:

  1. Lindo Ana Maria.
    Parabéns pela força...pela luta...Por ser essa mulher maravilhosa e admirável!
    Que deus te ilumine sempre, bjão

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  2. Oi, querida Ana Maria.Lindo, maravilhoso, é o Senhor que nos dá essa força,as suas informações vão me ajudar muito....Deus a abençoe, proteja e a ilumine cada vez mais por muitos e muitos anos....Grande beijo

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